A adoção de normas globais de conformidade e o fortalecimento de culturas organizacionais de governança responsável já são realidade e vão ditar cada vez mais o futuro da economia global.
Introdução
Para muitos o termo é novo, mas as diretrizes já são conhecidas por algumas empresas atentas à governança no século XXI. A sigla ESG significa, em língua inglesa, “Environmental, Social and Corporate Governance”, e podemos entendê-la como as melhores práticas de empresas que colocam questões ambientais, sociais e de governança corporativa em primeiro plano.
Podemos, portanto, usar o ESG como uma métrica para nortear boas práticas de negócios. O tema tem recebido atenção mundial e não é por acaso. Você sabe o porquê? Isso se deve à capacidade que ele tem de mobilizar investidores mundialmente, por estar associado a negócios sólidos e de baixo risco.
Em virtude disso, bancos, consultores financeiros e grandes fundos de investimento estão de olho nessas governanças. Elas representam menos riscos e alinhamento a uma agenda firmada por 193 países orientados por 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, os ODS.
Impactos gerados na economia global
Essa pauta não é de hoje e é fruto de um movimento que evolui e ganha força gerando cada vez mais impacto e resultados, principalmente no mundo dos negócios, que se volta para o chamado “capitalismo de stakeholders”. Em artigo publicado por Ana Paula Arbache, sócia-fundadora da Arbache Innovations, no jornal Estado de Minas, cujo título era “Governança para 2030”, trouxeram-se informações e conhecimentos que preconizavam a urgência de olhar para governanças com foco na economia global de baixo carbono.
Isso, claro, por causa das diretrizes trazidas pela Agenda 2030, que é o ambicioso tratado assinado pelos países-membros que se comprometem em promover políticas, diretrizes e ações em torno dessa agenda global (ARBACHE, 2016). É um caminho sem volta para países que querem estar em uma plataforma ampla e competitiva no século XXI.
Assim é tratado o Acordo de Paris, como a Agenda também é chamada, nascido do desafio das Nações Unidas em sua 21ª Conferência das Partes (COP 21) sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e a 11ª Reunião das Partes no Protocolo de Quioto (MOP-11), em dezembro de 2015, para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC.
No artigo citado acima, foi relatado que cerca de cinco mil bancos e empresas estavam no Fórum de Davos discutindo como tornar a referida Agenda uma realidade. A Agenda traz consigo fundos de investimentos que movimenta trilhões de dólares para tornar real essa propositura de governança global, altamente focada no futuro da humanidade e buscando um perfil de boa governança, atenta aos padrões de produção e consumo, ao uso responsável dos recursos naturais e aos impactos sociais envolvidos.
Sendo assim, a governança de uma empresa não pode se distanciar do posicionamento de uma Agenda mais ampla. Para além dos lucros, a Agenda 2030 traz a evolução das responsabilidades do mundo dos negócios para a sobrevivência do planeta e para a sua conduta ética, social, ambiental e financeira aplicada ao desenvolvimento sustentável.
O alinhamento das empresas às diretrizes da Agenda 2030 permite a consonância ao ESG, como citamos acima. O tema é relevante e urgente para as empresas que querem se adequar a essa nova tendência, e por isso olhamos com maior atenção para nosso contexto.
Como o Brasil e suas empresas podem estar preparados para essa realidade?
Como as empresas podem se alinhar às perspectivas dessa nova sigla por meio das normas ISO? Nosso país está imerso em um contexto complexo, falhando em cumprir objetivos ainda mais básicos que os ODS, como a transparência. Muitos modelos vêm sendo desenvolvidos para implementar os ODS, e podemos encontrar um modelo pronto nas normas ISO.
De forma simples, uma norma é uma maneira acordada de se fazer algo, seja na fabricação de um produto, gestão de um processo, entrega de um serviço ou fornecimento de materiais. Além de cobrir uma ampla gama de atividades realizadas pelas organizações e utilizadas por seus clientes, pode-se encontrar em uma norma o conhecimento reunido de especialistas em determinado assunto que conhecem as necessidades das organizações que representam.
Essas, são ferramentas poderosas que podem ajudar a trazer a inovação e aumentar a produtividade. Para atender aos preceitos, à Agenda 2030 e às melhores práticas ESG é necessário mostrar evidências tangíveis do compromisso das empresas envolvidas nos desafios ambientais, sociais e de governança corporativa. O que se vê é que estar em alinhamento com essa sigla emergente (ESG) não é mais uma escolha para as empresas que querem competir, é praticamente mandatório!
Para saber mais
A Intedya, empresa espanhola que realiza consultoria, auditoria e treinamento para a adequação e implantação dos processos para atendimento aos requisitos de diversas normas internacionais (ISO 9001, 14001, 22001, 27001, 37001) em suas áreas de qualidade, segurança de dados (LGPD), compliance, entre outras, preparou um infográfico com as normas que contribuem para alcançar os objetivos finais da Agenda 2030. Conheça o site da organização.
Visite também a página “Mundo Melhor” de empoderamento feminino da Arbache Innovations e conheça nossos assessments e ferramentas de responsabilidade social voltadas para o ODS 5 da Agenda 2030. Todos são gratuitos e totalmente digitais. A Arbache Innovations é signatária do Pacto Global e possui a missão de impactar a sociedade por meio dos ODS 4 e 5.
Este artigo foi escrito em parceria com Gianfranco Muncinelli. Conheça seu currículo:
Gianfranco Muncinelli é diretor associado da Intedya (International Dynamic Advisors), sócio da Muncinelli Consultoria e Treinamento. Professor em cursos de MBA em programas como FGV Management, Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas, PUC-PR, UTFPR, ISAE, dentre outros.
Exerceu cargos executivos em empresas como Oi, Between do Brasil, Brasil Telecom, NET e GVT, atuando em gerenciamento de projetos e processos, desenvolvimento de negócios e suporte técnico. Engenheiro Eletricista (UFSC), em doutoramento no Programa de Engenharia de Produção e Sistemas (PUCPR) (assunto da tese: Capabilidade de Processos para a Transformação Digital (Cybersecurity) no contexto da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)), Mestre em Engenharia Elétrica (UTFPR), Data Protection Officer (Universidad San Jorge – Espanha), Compliance Officer (Universidad San Jorge – Espanha), Executive Program in Project Management (The George Washington University – EUA), MBA em Gestão Comercial (FGV), Especialista em Telecomunicações (PUCPR), Especialista em Gestão Empresarial (UFSC) e Especialista em Concepção e Análise de Dispositivos Eletromagnéticos (UFSC).
Auditor Líder na ISO 27001:2013. Certificado IPMA-D Certified Project Management Associate. Possui formação em Análise Transacional, Programação Neurolinguística, Hipnose Terapêutica, Andragogia e Coaching. É membro da International Society for Transdisciplinary Engineering (ISTE), do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e Diretor Executivo da Regional Sul da IPMA Brasil (International Project Management Association).
http://lattes.cnpq.br/4124017428050149
https://www.linkedin.com/in/gianfrancomuncinelli/
Post original: https://arbache.com/blog/esg-agenda-2030-e-as-normas-iso-o-futuro-da-economia/