Guia de Práticas ESG
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Temas Discutidos

Discussão: E – Responsabilidade Ambiental:

A1: Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação.

A2: Avaliação com critérios de responsabilidade ambiental para credenciamento de fornecedores e parceiros. Acolhimento de certificações e selos na área ambiental.

A3: Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais.

A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizadas nas operações de seus negócios.

A5: Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero.

O que já foi feito e gera ou gerou bons resultados

 Uma questão que gerou boas discussões foi o Tema A2: Avaliação com critérios de responsabilidade ambiental para credenciamento de fornecedores e parceiros.

O acolhimento de certificações e selos na área ambiental recebeu maior atenção dos participantes como práticas que já estão sendo realizadas e trazem bons resultados em relação à responsabilidade ambiental. Além de alinhar políticas e práticas, são ações que resguardam a reputação da empresa em relação a riscos de crises em torno da temática e elevam a credibilidade da organização no contexto em que ela atua. Além disso, as certificações e selos fazem que a organização tenha ações comprometidas e de gestão em relação à responsabilidade ambiental criando uma cultura voltada para esse aspecto.

Exemplificando as práticas nesse sentido, os participantes apontaram estas que seguem abaixo.

  1. A busca por parceiros hotéis e companhias aéreas comprometidos com as diretrizes ESG.
  2. A contratação de parceiros e fornecedores para construção de hotéis em conformidade com certificações “Green” como a gerada pelo Green Building Council – Acreditação LEED.
  3. Credenciamento de fornecedores com foco em ESG.
  4. A inserção periódica das ações de ESG na agenda da organização e divulgação para os parceiros e fornecedores.
  5. Ações para maior conscientização dos parceiros em relação às diretrizes ESG.
  6. Realização e participação em eventos sobre a temática junto a parceiros.
  7. Efetivação de campanhas para os clientes apresentando as ações de responsabilidade ambiental.
  8. Apoio a projetos socioambientais na região em que atua.

Outro tema potente nas discussões foi o Tema A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios. A importância desse tema para a responsabilidade ambiental é evidente. Cada vez mais o mundo está sendo chamado a usar com maior racionalidade os recursos naturais. Não por acaso, a água se tornou ativo presente em fundos de investimento, sendo considerada por muitos deles como o “ouro azul”. Isso se deve pelas previsões de escassez de água até 2050. Hoje, 2,2 bilhões de pessoas no planeta carecem de água potável . No Brasil, somente 50% do volume do esgoto recebe tratamento, sendo que 35 milhões de brasileiros vivem sem água tratada, e 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto. Os municípios que mais carecem de atenção em relação a esses aspectos estão em estados das regiões Nordeste e Norte, como é o caso de Macapá, mas o problema também existe na região Sudeste, especialmente no Rio de Janeiro  .

As discrepâncias em relação ao tratamento da água e a coleta do esgoto em nosso país estão evidentes no 14º ranking de saneamento publicado pelo Trata Brasil. Isso, sem dúvida, traz para as organizações que atuam em eventos e viagens corporativas nas regiões mais carentes desafios e riscos diferenciados que precisam ser enfrentados.

 

Veja a seguir algumas práticas frequentes em relação a esse tema apontadas pelos participantes.

  1. A produção da própria energia, a substituição de eventos e reuniões presenciais por reuniões virtuais ou soluções híbridas reduzindo o uso e os custos de espaços físicos.
  2. A utilização de materiais sustentáveis nos eventos e a redução em 75% do espaço físico no escritório da organização.
  3. A utilização de materiais para montagem de estandes que possam ser conduzidos por caminhões menores e a redução de consumo de energia nos escritórios.
  4. O incentivo ao uso do biodiesel na frota e lavagem a seco dos veículos da frota.
  5. O tratamento da água utilizada para lavar os veículos da empresa, redução da utilização do plástico no escritório.
  6. Uso eficiente da água e reuso desse recurso.

Na sequência das discussões esteve o Tema A5: Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero. Do mesmo modo como as ações em relação ao reuso, descarte correto de resíduos foi abordada pelos participantes, a questão do desperdício de alimentos também recebeu a atenção dos participantes.

Esse ponto está em um dos aspectos mais preocupantes da Agenda 2030 e envolve a segurança alimentar. A fome no Brasil atinge 33,1 milhões de pessoas conforme indica a OXFAM Brasil (2022). As regiões mais afetadas por essa situação são a Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Esses dados mostram que é urgente tratar dessa temática. Ela assume presença em algumas discussões e mídias que ajudam a disseminar a necessidade de se lidar com maior eficiência com a produção e o consumo de alimentos no mundo. Com isso, o desperdício também se torna pauta.

Além de trazer as ações referentes ao uso, reuso e descarte de materiais, o tratamento dado aos alimentos em eventos e viagens corporativas foi citado, demandando atenção e maior gestão frente ao cliente, a organização e parceiros envolvidos nos negócios. Veja as ações e as experiências trazidas pelos participantes:

  1. Reciclagem do lixo interno.
  2. Descarte consciente dos aparelhos eletrônicos.
  3. Inserção de materiais de cenografia que atendam os preceitos do descarte correto nos eventos.
  4. Evitar o desperdício de alimentos.

Outro tema tratado, mas de modo limitado, foi o Tema A3: Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais. Não por acaso isso ocorreu, visto que, dependendo da região onde a organização opera ou as viagens e eventos irão acontecer, favorecerá ou não a compra com fornecedores locais que possuem as diretrizes ESG como foco. Isso se deve pela falta de qualificação de muitos deles, como também do aceso a insumos e recursos que possam estar disponíveis no tempo requerido e com valor competitivo no mercado. Como se vê, é um tema que também deve ser tratado considerando o nível de maturidade em relação a ESG e de questões logísticas de cada região. A compatibilização entre qualificação de fornecedores, disponibilidade de recursos e insumos, operação logística e custo é necessária para que se possam realizar compras de fornecedores locais garantindo que a viagem e o eventos ocorram de modo satisfatório.  As ações citadas foram:

  1. Compra de fornecedores locais com critérios bem definidos.
  2. Credenciamento de materiais feitos com sementes.
  3. Compras de brindes para eventos e viagens seguindo as diretrizes ESG.
  4. Compra de fornecedores brasileiros.

Do mesmo modo como os participantes debateram o tema da compra sustentável, eles trouxeram o Tema A1: Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação. Apesar de pouco discutido, o tema é decisivo para atingir a meta ambiciosa da Conferência do Clima da ONU – COP 26, de reduzir em até 1,5º. graus centígrados da temperatura da Terra até 2030. No caso do Brasil, o compromisso afirmado é de mitigar 50% de suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) até essa data (GENIN, 2022). Veja as ações sugeridas:

  1. Elaboração de um inventário para compensação de gases de efeito estufa.
  2. Realização de compensação de gases de efeito estufa.
  3. Troca de aeronaves para aquelas mais eficientes, que reduzem a emissão de gases de efeito estufa.

O que está sendo feito, mas ainda não há evidências de resultados

A discussão começou pelo Tema A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizadas nas operações de seus negócios. Nas discussões realizadas pelos profissionais presentes, as práticas citadas foram:

  1. Gerenciamento para uma menor produção de lixo nos eventos.
  2. Digitalização de documentos nos eventos (cartas de boas-vindas, orientações e cartões de visitas etc.).
  3. Digitalização de prestação de contas em viagens, tendo como primeira diretriz a redução do uso de materiais naturais.

Na sequência, o Tema A1 – Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação – também recebeu atenção dos participantes, com as práticas aqui descritas:

  1. Incentivo à compensação de CO2.
  2. Mensuração do resultado das ações virtuais para redução de emissões de gases de efeito estufa.

Outros dois temas foram citados por eles e obtiveram somente uma indicação de prática em andamento: Temas A3 (Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais) e A5 (Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero).

Ações de promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais sem evidência de resultados:

  1. Tornar esse um fator determinante na compra de insumos.

Práticas de reuso, reciclagem e descarte correto de materiais ainda sem resultados comprovados:

  1. A substituição de produtos descartáveis por outros materiais, quando é possível e o cliente concorda. Um exemplo disso é a substituição de copos de água de plástico em eventos corporativos, por garrafas de vidro ou filtros distribuídos e acessíveis em diferentes espaços e com copos ou garrafas que possam ser abastecidas pelos próprios participantes e, juntamente a essa ação, muitas comunicações próximas ao filtro ou em mensagens no evento informando o público a respeito dessa ação e o compromisso da organização em relação à temática.

O Tema A2 não foi destacado nas discussões dos participantes neste item.

O que não é feito, mas deveria ser feito, para que as práticas de responsabilidade ambiental possam ser alinhadas aos negócios do setor

O Tema A4Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios –, apesar de ter sido muito citado como prática utilizada e com resultados evidentes, esse tema também aparece aqui como demandante, mostrando que ainda é preciso estabelecer um maior compromisso em relação a ele. As práticas indicadas como importantes a serem endereçadas foram:

  1. Incentivo à realização de eventos digitais estimulando a redução de uso de recursos naturais.
  2. Apresentação com maior clareza a respeito da eficiência na utilização de recursos naturais e a economia gerada com isso.
  3. Realizar ativações em eventos com “pegada eco-friendly”.
  4. Incentivar eletrificação de frotas.

O Tema A2Avaliação com critérios de responsabilidade ambiental para credenciamento de fornecedores e parceiros – obteve as seguintes indicações de práticas:

  1. Melhora na divulgação do fluxo de documentos que trazem informações a respeito de práticas e eventos na área.
  2. Aumento da divulgação interna a respeito dessas práticas, incentivo interno para projetos ambientais com parceiros.

Dois outros temas tiveram comentários limitados em relação às práticas que deveriam ser realizadas, como o Tema A1 – Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação – cuja prática indicada é a seguinte:

  1. Compensação de carbono em viagens e compensação de gases de efeito estufa no ambiente corporativo.

O Tema A3 – Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais – também recebeu dois apontamentos, sendo eles:

  1. Boicote a empresas com práticas negativas nas compras.
  2. Evitar fornecedores de eventos que não cumprem as diretrizes ESG.

Como podemos perceber, todos os temas foram debatidos e práticas indicadas como desejáveis de serem aplicadas, sendo o Tema A4 o maior destaque.

Quais os fatores que criam barreiras e impedem as boas práticas de responsabilidade ambiental no setor de eventos e viagens corporativas?

As barreiras encontradas para tornar as políticas e as práticas de responsabilidade ambiental uma realidade no segmento de viagens corporativas e eventos estão listadas na sequência:

  1. A necessidade de mudança de mindset. O mindset fixo faz que a lógica do “sempre foi assim e deu certo” prevaleça em detrimento de uma mudança significativa para atender as diretrizes ESG.
  2. A desigualdades social e cultural em diferentes regiões do País e que impacta na gestão dos negócios, principalmente em regiões mais carentes, onde alguns aspectos básicos de vida da população ainda não foram supridos, como é o caso do tratamento de água e coleta de esgoto.
  3. A precariedade também é relatada em relação à falta de fornecedores preparados para atuar em conformidade com as diretrizes e a falta de capacitação da força de trabalho.
  4. Carência de regulamentações e fiscalização coadunados com ESG.
  5. A burocracia e a hierarquização nas organizações impedem tomadas de decisões voltadas para ESG.
  6. Tecnologia restrita em alguns locais.
  7. Presença de conflitos com órgãos regulatórios.
  8. Conflito de interesse nas negociações.
  9. Preferência do lucro pelo lucro sem priorizar as diretrizes ESG.

Quadro 2: Barreiras para aplicação de ações de responsabilidade ambiental no ramo de eventos e viagens corporativas.

 


O que já foi feito e gera ou gerou bons resultados?
FEITO

A2: Avaliação com critérios de responsabilidade ambiental para credenciamento de fornecedores e parceiros. Acolhimento de certificações e selos na área ambiental.

A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios.

A5: Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero.

A3: Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais.

A1: Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação.

O que está sendo feito, mas ainda não há evidências de bons resultados?
SENDO FEITO

A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios.

A1: Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação.

A3: Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais.

A5: Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero.

O que não é feito, mas deveria ser feito para que as práticas possam ser alinhadas aos negócios do setor?
NÃO É FEITO

A4: Otimização e eficiência no uso dos recursos naturais, como água e energia de fonte não renovável, utilizados nas operações de seus negócios.

A2: Avaliação com critérios de responsabilidade ambiental para credenciamento de fornecedores e parceiros. Acolhimento de certificações e selos na área ambiental.

A5: Reuso, reciclagem e descarte correto de resíduos com foco em lixo zero.

A1: Redução das emissões de gases do efeito estufa: ir além da adaptação, mitigação e compensação.

A3: Promoção de compras sustentáveis com fornecedores locais.

Quais fatores que criam barreiras e impedem a implementação de boas práticas em nosso setor?
BARREIRAS
  • Mindset fixo e resistente à mudança.
  • Carência de fornecedores qualidicados e acessível em diversas regiões.
  • Complexidade no entendimento de custo e retorno do investimento.
  • Falta de especificação de metas específicas e monitoramento.
  • Profissionais e lideres necessitando de qualificação.
  • Carência de legislações e incentivos para o segmento.
  • Falta de responsabilização e punições para quem não pratica a responsabilidade ambiental em eventos e viagens.

Quadro 3: Quadro Kaban – Responsabilidade ambiental ESG. Fonte: Registros advindos dos grupos de trabalho do Evento Hub ESG ALAGEV – Dinâmica World Café, realizado no Hotel Renaissance – São Paulo em 4 de agosto de 2022.

 


[1] SOUZA, Silvio. Tornando-se cada vez mais escassa, água é ótima opção para investimento. In: <https://fdr.com.br/2022/03/23/tornando-se-cada-vez-mais-escassa-agua-e-otima-opcao-para-investimento/>. Acesso em março de 2022.
VASCO, Sérgio. Estudo aponta falta de saneamento prejudica mais de 130 milhões de brasileiros. Agência Senado. In:<https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/03/estudo-aponta-que-falta-de-saneamento-prejudica-mais-de-130-milhoes-de-brasileiros>. Acesso em setembro de 2022.
[2]Vale conferir: Novo Marco Legal do Saneamento. NORMAS. LEG. BR. LEI Nº 14.026, DE 15 de julho de 2020. In:<https://normas.leg.br/?urn=urn:lex:br:federal:lei:2020-07-15;14026>. Acesso em setembro de 2022.
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ESG em viagens e eventos corporativos

O E do ESG: A responsabilidade Ambiental em viagens corporativas e eventos

O S do ESG: A responsabilidade social em eventos corporativos e eventos

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